sábado, 27 de agosto de 2011

Com a mão na massa.

Como realizar uma aula participativa? E o que é uma aula participativa? Segundo Édouard Claparède (1873-1940): Toda atividade desenvolvida pela criança é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a mobilizar energias. O interesse é considerado a tradução psicológica da necessidade do sujeito. Ele defende também  que as aulas devem ser funcionais e não simplesmente atrativas. E qual é a diferença? Piaget defende que a construção do conhecimento da criança se dá com a interação com o meio. A sala de aula já é um meio, ou melhor, o meio que a criança passa muito tempo nela. Fazer da sala de aula um local de aprendizado de interação social e construção do conhecimento é papel fundamental do professor. As vezes complicamos com a interpretação de teorias e de projetos escritos que esquecemos que seria bem mais simples e prático se colocarmos a mão na massa.
    Foi com essa intenção que a professora Rosemeire Figueira Jonas da Escola de Educação Infantil Iraci Alves Cabral Francisco em Carlinda, desenvolveu, no dia 20 de Maio, com a turma Pré-III (cinco anos), uma atividade onde ela e os alunos colocaram a mão na massa. Com o objetivo de fazer uma massa de modelar e trabalhar coordenação motora e desenvolver habilidades como: interação, criatividade, organização e oralidade. A professora levou para a sala de aula ingredientes como: Farinha de trigo, suco em pó (para colorir), óleo de soja, sal e água. Ao apresentar os ingredientes aos alunos a professora trabalhou com o conhecimento que eles trazem de casa. Eles demonstraram que conheciam todos os ingredientes e sabiam para que servem.
    Então foi o momento de separar as quantidades certas de cada ingrediente. Para isso os alunos colocaram que necessitavam de uma receita. Criada a receita partiu-se para a divisão dos ingredientes, nisso foi trabalhado conhecimentos em matemática. Mas ficou uma dúvida: para que o sal. E olha que a professora colocou uma quantidade de sal suficiente para a massa ficar intragável. Os alunos disseram que se ficasse muito salgado não conseguiriam comer. Assim eles descobriram o objetivo do sal na massa: para que eles não comessem.
    Com a massa pronta, iniciou a festa. Ou seria trabalho prazeroso? As crianças passaram a montar animais, letras e objetos com a massa. Cada um ficou com um pedaço para seu deleite. Com a curiosidade aguçada montava o seu objeto e procurava no vizinho o que o outro tinha feito. Voltavam para suas mesinhas e procuravam aprimorar o seu bichinho. Isso é interação e aprender com os demais.
      Apesar de ser uma turma grande e agitada, a professora diz estar realizada e feliz com a aula. Ela colocou em prática os que os teóricos ensinam. O aprendizado precisa ser construído com interação e prazer.
Valter Figueira
www.valterfigueira.blogspot.com
Educação Infantil

Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDB em seu artigo 29:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
De acordo com a Lei, a educação infantil deve ser oferecida em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5anos. Porém ela não é obrigatória. Dessa forma, a implantação de Centros de Educação Infantil é facultativa, e de responsabilidade dos municípios.
Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem currículo formal. Desde 1998 segue o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, um documento equivalente aos Parâmetros Curriculares Nacionais que embasa os demais segmentos da educação Básica.
Segundo os Referenciais, o papel da educação infantil é o CUIDAR da criança em espaço formal, contemplando a alimentação, a limpeza e o lazer (brincar). Também é seu papel EDUCAR, sempre respeitando o caráter lúdico das atividades, com ênfase no desenvolvimento integral da criança.
Não cabe à educação infantil alfabetizar a criança. Nessa fase ela não tem maturidade neural para isso, salvo os casos em que a alfabetização é espontânea.
Segundo os Referenciais, devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
O objetivo é o de desenvolver algumas capacidades, como: ampliar relações sociais na interação com outras crianças e adultos, conhecer seu próprio corpo, brincar e se expressar das mais variadas formas, utilizar diferentes linguagens para se comunicar, entre outros.
Alguns aspectos previstos nos Referenciais para adequar as escolas de educação infantil às necessidades das crianças são desconhecidos da maioria dos pais, tais como: As escolas devem ter duas cozinhas, uma para as crianças de 0 a 3 anos e outra para crianças de 4 e 5 anos, o espaço físico deve ser de 2 m² por criança em sala, e inclusive deve ter fraldário e lactário independentes da sala de aula.
A ênfase da educação infantil é ESTIMULAR as diferentes áreas de desenvolvimento da criança, aguçar sua curiosidade, sendo que, para isso, é imprescindível que a criança esteja feliz no espaço escolar.
Por Thais Pacievitch



FEIRA DAS CIENCIAS 2011

A Educação Infantil no dia 25 de agosto de 2011 se fez presente na Feira das Ciências com dois projetos, A importância da água para os seres vivos e Abóbora como alimento.